sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Habilidades de comunicação e competência social


Timidez e isolamento social podem trazer
 prejuízos  à vida pessoal  e profissional.


Em nossa sociedade, muitas vezes as pessoas com maior habilidade de comunicação acabam tendo melhor desempenho em sua vida pessoal e profissional. Indivíduos com características como timidez e isolamento social podem apresentar um repertório pobre de habilidades sociais, além de dificuldades na conversação, na expressão e nas interações, e consequentemente, acabam demonstrando insegurança e desconforto nos contatos sociais, nos quais necessitam falar de si, expressar afeto ou desagrado, defender seus direitos e/ou lidar com a crítica dos outros.

Precisamos então, antes de dar continuidade a essa reflexão, definir habilidades sociais e o que significa ser uma pessoa socialmente habilidosa. Certamente muitas pessoas podem ter uma tendência a representá-la a partir de um sentido normativo de “boa educação” ou de cumprimento de rituais formais de uma convivência social, relacionando essa expressão com uma compreensão equivocada de termos como “traquejo social”.

Para melhor compreensão do seu real significado, o termo habilidades sociais, escrito no plural, pode ser aplicado aos diferentes tipos de comportamentos sociais de um indivíduo. Esses comportamentos podem ser: iniciar, manter e finalizar conversas, pedir ajuda, fazer e responder perguntas, fazer e recusar pedidos, defender-se, expressar sentimentos, agrados e desagrados, pedir mudança no comportamento do outro, lidar com críticas e elogios, admitir erro e pedir desculpas, escutar empaticamente, entre outros.

De forma resumida, podemos definir esse termo como a habilidade para lidar satisfatoriamente com as mais variadas situações sociais: trabalhos em grupo, contatos telefônicos ou virtuais, falar com o chefe, convidar alguém para sair, ser convidado para sair, iniciar um namoro, ajudar um amigo em necessidade, pedir ajuda e mil outras situações. Significa também poder expressar o que se pensa e sente de forma coerente e respeitando os outros.

Tais comportamentos contribuem para a competência social, auxiliando as pessoas a terem um relacionamento mais saudável e produtivo. Competência social é aqui descrita como uma capacidade de desenvolver pensamentos, sentimentos e ações tendo em vista objetivos pessoais, da situação e da própria cultura, os quais trazem conseqüências positivas tanto para a pessoa quanto para sua relação com os outros. Desempenho social, por sua vez, diz respeito a todo tipo de conduta emitida no relacionamento com as demais pessoas.

E o que se espera de um indivíduo socialmente habilidoso? De uma forma simples, se espera apenas que saiba quando, onde e como se comportar de maneira adequada. Porém, quando essa habilidade apresenta-se pouco desenvolvida, tendemos a nos comportar de forma passiva, aceitando o que nos é imposto, não estabelecendo limites e deixando que os outros decidam por nós. Muitas vezes, as pessoas que têm pouca habilidade social, podem também ter problemas psicológicos como timidez excessiva ou fobia social, depressão, síndrome do pânico, dificuldades sexuais e outros.

Aprender a ser socialmente hábil significa, muitas vezes, aprender a se prevenir contra transtornos psicológicos. No momento em que os indivíduos conseguem ser socialmente habilidosos, isso pode auxiliar na prevenção e redução de dificuldades psicológicas. Mas aprender essas habilidades, entretanto, nem sempre é uma tarefa fácil e, muitas vezes, necessita auxílio de um profissional especializado.

E aqui podem surgir dúvidas. É possível minimizar a timidez, melhorar nossas relações sociais e desenvolver tais habilidades? A resposta para essa questão é que indivíduos que apresentam dificuldades voltadas ao campo dos relacionamentos sociais devem buscar a ajuda de profissionais da área da saúde mental, os quais podem se utilizar de inúmeras estratégias, entre elas o Treinamento em Habilidades Sociais, para auxiliá-los na aquisição de maior competência interpessoal e individual em classes específicas de situações. Esse aprendizado de novas habilidades interpessoais pode, então, capacitar os indivíduos para serem assertivos na defesa de seus direitos, promovendo interações sociais mais satisfatórias e propiciando uma melhor qualidade de vida.